Fotografia – Enquadramento Fotográfico – Paisagem

Pelo nome já devem estar a adivinhar o tema desta mensagem. Embora pareça um tema simples é o que nos difere como fotógrafos e como pessoas, a nossa maneira de ver o mundo.

Se tiverem um grupo de amigos ligados à fotografia e se resolverem todos tirar uma foto a algum objecto, vão reparar várias diferenças nas fotografias de cada um, podem assumir posições diferentes, zooms diferentes, campos de profundidade diferentes, zonas diferentes, etc… Acho que dificilmente vão encontrar fotografias parecidas.

É isso que vamos falar, enquadramento fotográfico. Dei por mim a pensar no que iria escrever sobre este assunto e fiquei perplexo com a quantidade de informação que me vinha à cabeça.

Um dos conselhos neste assunto de enquadramento já foi falado numa das mensagens anteriores, na regra dos terços …. Vai ajudar a compreender um pouco partes desta mensagem. Espero que gostem… 

Apesar de vos apresentar algumas regras sobre alguns temas do enquadramento fotográfico, não vos quero obrigar a usar, apenas quero demonstrar a minha visão sobre o assunto dando alguns conselhos… Isto é como pintura abstracta, lá por dizer que não gosto de muitas das pinturas abstractas não quer dizer que não seja uma área de interesse para muita gente…. Façam o vosso estilo…

Cada um de nós tem uma visão diferente sobre o objecto que queremos capturar, muitas das vezes mesmo antes de pegarmos na máquina fotográfica, imaginamos o que vamos capturar e como vamos capturar, depois pegamos na máquina fotográfica e metemos mãos à obra. Por vezes é o facto de imaginar-mos a fotografia final, será que vamos tira a foto horizontal ou vertical? Vamos preencher a fotografia com o objecto ou vamos deixar mais informação? É uma paisagem? É um retrato?

Muitas das vezes acabamos por decidir involuntariamente como vamos tirar a fotografia, quase tipo robô. Outras queremos ser um pouco mais artísticos e fugimos às nossas rotinas de fotografia, tal como dizemos vamos inventar um pouco… Cool

Mas para não fugir um pouco ao tema, vamos falar um pouco de “regras”.

Tal como falei este assunto dava para fazer um site… Laughing. Por isso vou dividir as mensagens por partes.

Regras para paisagens….

Este tema é um tema interessante, estamos no Verão e quem não gosta de umas fotografias da praia, do campo….

Uma das “regras”, que se deve sempre usar quando se utiliza o horizonte é o facto de não se meter o horizonte no meio da fotografia, se estiver no meio da fotografia os nossos olhos são levados a fixar o centro da fotografia. Ora neste tipo de fotografias temos geralmente o Céu numa das partes e algo que pode ser água, areia, árvores, etc… na outra parte da fotografia. Qual é o objectivo da fotografia? O céu ou o resto? Pois… Como metemos o horizonte no meio da fotografia ficamos sem percepção do objectivo e sem noção do que está na fotografia… Lembram-se da regra dos terços? Uma das maneiras seria a de tentar fotografar o horizonte mais ou menos nas linhas horizontais da regra dos terços.

Devem sempre escolher uma das partes, céu ou o resto. Então para que o horizonte não fique no meio da fotografia e para que se entenda qual o objectivo da fotografia, devemos meter mais a parte do objectivo do que a outra, ou seja se o objectivo for o céu devemos meter mais céu, se o objectivo for por exemplo praia devemos meter mais praia.

Barco perdido - Foz do arelho
Nesta fotografia o objectivo é o barco, mas para embelezar mais um pouco a fotografia, deixei mais céu do que areia, porque tinha o pôr-do-sol que enriquecesse a foto, e tinha bastantes nuvens, se escolhesse a arreia seria uma área sempre igual e as nuvens têm diferentes formas não fica tão uniforme.

Pois o céu limpo é outro problema nas fotografias de verão , fica muito azul na fotografia, principalmente quando juntamos muito céu e muita água, sem contar com pôr-do-sol, isso é outra história. A falta de nuvens para “apagar” tanto azul satura a fotografia, parecendo uma fotografia sem objectivo e saturante. Se houver nuvens aproveitem, torna a fotografia menos “agressiva”de tanto azul, e já agora torna a fotografia única, a probabilidade de aparecerem nuvens com o mesmo formato em alturas diferentes é tal como os cientistas dizem de 1 para 99999999……………9999999999,99999……. Laughing

Estou a falar de nuvens porque sou um apaixonado de fotografia de paisagens com nuvens, são mesmo momentos únicos,  se não, pensem um pouco, a mesma fotografia pode ser tirada anos depois e ficar quase igual, mas muitas das formas de nuvens seria mesmo um achado se conseguissem a mesma fotografia com o mesmo formato de nuvens anos depois…. isso é que valia mesmo uma fotografia. Laughing

Valada Do Ribatejo - Barco Parado

Agora imaginem esta foto em cima com céu limpo…. seria muito azul da água e muito azul de céu…. reparem também que o barco ficou mais ou menos posicionado nas linhas da regra dos terços

 

Outro dos problemas é a quantidade de informação, ou seja, aquelas fotografias que tiramos para mostrar onde tivemos mas sem nenhum objectivo aparente. Muitas dessas fotografias levam ao que se chama demasiada informação. Temos demasiados objectos na fotografia mas nenhum nos chama a atenção, são daquelas fotografias que deixam os nossos olhos confusos, sem fixar nenhuma parte da fotografia. Pergunta a uma pessoa 10 minutos depois o que lhe chamou à atenção na foto e ela não sabe….

Entroncamento - jardim

Este é um caso de demasiada informação, muitas árvores, muito verde numa paisagem que até era bonita aos olhos mas a fotografia não diz nada. Num instante acabamos por ficar a olhar para o poste de luz porque é o objecto que fica um pouco fora do contexto da fotografia. Tem demasiada informação sem nenhum objectivo… faltava um objecto para chamar “à vista”.

 

Algarve - Praia dos olhos de àgua

Vejamos outro caso, nesta imagem existe demasiados “objectos”… mas se repararmos na parte de baixo da fotografia temos demasiadas pessoas, chapéus de sol, muitas espreguiçadeiras…. etc… torna a parte de baixo da imagem sem assunto e um pouco saturante… mas a parte de cima da imagem tem “paz”, os rochedos, a água e céu… Se repararem os nossos olhos são mais levados para a parte de cima da imagem do que para a parte de baixo… é uma fotografia com demasiada informação. Se o objectivo era tirar a fotografia aos rochedos deveriam estar mais isolados, deveria ser uma imagem apanhada neste caso a partir do meio desta imagem….

Mas quantos de nós já não vimos este tipo de imagem em postais de recordação??!??! Undecided Então será que não devemos mesmo fazer isto?!??! Undecided Já estou a ficar confuso…

 

No caso de haverem “linhas” na imagem, aproveitem-nas. Os nossos olhos têm tendência a segui-las. Podem realçar o vosso objecto. Estas linhas dão a noção de profundidade na imagem. Se conseguirem varias linhas a convergirem para o objecto em variadas direcções, ponham o objecto no meio da fotografia para verem o efeito… parece mesmo tipo 3D… Laughing

Nazaré - Caminho do farol

Nesta fotografia as linhas convergem para o Farol, podem reparar que os nossos olhos tendem a ir ao encontro do farol, apesar de ser um ponto minúsculo na fotografia. Tal como paixãoWink aí vão as nuvens para dar outro sentido à fotografia, podem reparar que só notamos bem o efeito das nuvens depois de os vossos olhos irem de encontro ao farol. Wink

Agora para finalizar esta mensagem, vou iniciar a controvérsia, isto para complementar uma das próximas mensagens… Volto a frisar que isto é uma opinião.

E para iniciar a controvérsia….

Vala real - Azambuja

Então porque é que por exemplo esta fotografia em cima que tenho no site… tem o horizonte quase ao meio, tem linhas mas mas não convergem para nenhum objecto, o objecto principal que é o pontão fica quase ao meio da fotografia, ou seja tudo fora das regras. Mas mesmo assim tem bastantes visualizações e todos os votos foram de 5 numa escala de 1 a 5?!?!? Undecided

Porque é que a fotografia da praia que mostrei em cima, não está dentro das regras mas são fotografias deste tipo que aparecem em postais de recordação?!?!? Undecided

 

Boas fotos,

e até já….


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